sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Qimonda e agora ? Hardware vs. Software

A Qimonda, o maior exportador nacional de origem alemã que emprega 1800 trabalhadores, foi obrigada a solicitar a abertura do processo de falência no tribunal de Munique, devido à incapacidade para satisfazer os seus compromissos financeiros, avança a edição online do “Diário Económico”.

Uma péssima notícia para a economia nacional dado que para além do impacto financeiro, coloca-se um problema social (desemprego) tanto mais grave porquanto a maior parte dos funcionários são trabalhadores altamente qualificados.
Hoje, nos meandros da blogosfera e no âmbito dos comentários às notícias on line dos jornais, o chorrilho de impropérios motivados pela falta rigor mínimo nas análises não se fez esperar. Por mim, não quero alinhar no coro de protestos sempre que neva, chove , ou neste caso vá à falência a maior empresa exportadora, a culpa é … do governo. Parece que não somos capazes de nos libertar de uma certa matriz sócio-genética em que perante as dificuldades partimos de imediato para a identificação dos culpados, e por regra, declaramos o governo que temos à mão.
Na verdade, o que sentimos é que estamos a atingir momentos de grande complexidade, fruto da crise financeira que é também e antes de tudo uma crise de valores, em que mais do que acções superficiais voluntaristas, se exige uma lucidez sem paralelo, dado que esta crise pode ser bem pior do que a de 1929.
O mundo está em profunda mudança é certo, e fazer previsões é um exercício cada vez mais difícil já que em tempo de incerteza, as variáveis podem emergir e alterar as previsões do lado que menos se espera. No entanto, existem algumas certezas também, e em matéria de hardware e produção de sistemas e tecnologias de informação com base em chips electrónicos, não há dúvida que é cada vez mais difícil competir com a China, Taiwan, Singapura, Malásia.
Os esforços de Portugal na promoção de empresas para a produção de chips, motherbords ou similares ao nível do hardware é uma aposta de altíssimo risco, já o software, embora com riscos também, deveria ser uma área estratégica para o futuro do país enquanto Pólo de Excelência e até de promoção de uma nova identidade e mesmo de independência económica nacional.

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