quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Plataformas de Software para Comunicação de Eventos : Tendência ou Paradigma ?

Começa hoje, 28 de Janeiro de 2009 em Davos, Suiça, o Fórum Económico Mundial (World Economic Fórum) sob o tema “Shaping the Post-Crisis World” e uma aura jamais vista em 38 anos (desde 1971), segundo o economista Ethan Kapstein da escola económica francesa INSEAD, em declarações ao Wall Street Journal : “Este será o primeiro Davos em que o capitalismo é largamente visto como uma falha, em vez de algo para ser admirado”.
Sobre as profundas alterações de natureza económica, financeira, social, política e tecnológica que o mundo atravessa não será necessário dizer muito mais, a não ser que é fundamental perceber o que está a acontecer e adaptarmos métodos e processos por forma a garantirmos a info-inclusão necessária através de uma arquitectura de participação para a vida e o trabalho no século XXI.
Constatamos pela Plataforma Internet do Fórum, e devemos falar em plataforma e não somente em página Internet, como um exemplo ou tendência que bem pode vir a tornar-se um paradigma, refiro-me à entrada no “Annual Meeting 2009 Social Media
, onde se apela de forma explícita à participação dos cidadãos através de item : Become a “citizen report” at Davos.
Efectivamente, podemos aí verificar o potencial do software no suporte à plataforma de comunicação interactiva e juntar a nossa participação em discussões de uma forma multi-variada (Blended Participation – Blended Reality) onde se incluem os videoblogues no Youtube, comunidades no Facebook e Myspace, participação em tempo quase real no Twitter, visualização das conferências no Qik ou no Mogulus com possibilidade de intervenção pelo cidadão. Em algumas sessões seleccionadas do Meeting Anual 2009 podem mesmo incluir-se alguns feeds.
Trata-se de um momento importante para percebermos até que ponto um evento mundial e que discute o pós-crise mundial, pode beneficiar da chamada Inteligência Colectiva e Colaborativa entre conferencistas e cidadãos, para a criação de uma sociedade sustentável de bem estar e mais qualidade de vida.

Mas para uma melhor compreensão sobre o arsenal de software de suporte participe :


Sessão do Dia : 2009 World Economic Brainstorming: What Happened to the Global Economy?
http://gaia.world-television.com/wef/worldeconomicforum_annualmeeting2009/
Canal no Youtube :
http://www.youtube.com/worldeconomicforum
Debates no Youtube : http://www.youtube.com/davos
Forum no Facebook : http://www.facebook.com/group.php?gid=2440681615
Fórum no MySpace : http://www.myspace.com/worldeconomicforum
Comunicação em tempo quase-real no Twitter : http://twitter.com/davos
Questões aos conferencistas no Mogulus : http://www.mogulus.com/worldeconomicforum
Fotografia no Flickr : http://www.flickr.com/photos/worldeconomicforum
Entrevistas ao vivo no Qik : http://qik.com/worldeconomicforum

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Qimonda e agora ? Hardware vs. Software

A Qimonda, o maior exportador nacional de origem alemã que emprega 1800 trabalhadores, foi obrigada a solicitar a abertura do processo de falência no tribunal de Munique, devido à incapacidade para satisfazer os seus compromissos financeiros, avança a edição online do “Diário Económico”.

Uma péssima notícia para a economia nacional dado que para além do impacto financeiro, coloca-se um problema social (desemprego) tanto mais grave porquanto a maior parte dos funcionários são trabalhadores altamente qualificados.
Hoje, nos meandros da blogosfera e no âmbito dos comentários às notícias on line dos jornais, o chorrilho de impropérios motivados pela falta rigor mínimo nas análises não se fez esperar. Por mim, não quero alinhar no coro de protestos sempre que neva, chove , ou neste caso vá à falência a maior empresa exportadora, a culpa é … do governo. Parece que não somos capazes de nos libertar de uma certa matriz sócio-genética em que perante as dificuldades partimos de imediato para a identificação dos culpados, e por regra, declaramos o governo que temos à mão.
Na verdade, o que sentimos é que estamos a atingir momentos de grande complexidade, fruto da crise financeira que é também e antes de tudo uma crise de valores, em que mais do que acções superficiais voluntaristas, se exige uma lucidez sem paralelo, dado que esta crise pode ser bem pior do que a de 1929.
O mundo está em profunda mudança é certo, e fazer previsões é um exercício cada vez mais difícil já que em tempo de incerteza, as variáveis podem emergir e alterar as previsões do lado que menos se espera. No entanto, existem algumas certezas também, e em matéria de hardware e produção de sistemas e tecnologias de informação com base em chips electrónicos, não há dúvida que é cada vez mais difícil competir com a China, Taiwan, Singapura, Malásia.
Os esforços de Portugal na promoção de empresas para a produção de chips, motherbords ou similares ao nível do hardware é uma aposta de altíssimo risco, já o software, embora com riscos também, deveria ser uma área estratégica para o futuro do país enquanto Pólo de Excelência e até de promoção de uma nova identidade e mesmo de independência económica nacional.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

SOFTWARE E CIDADANIA (1)

PARA UMA PARTICIPAÇÃO COM TRANSPARÊNCIA ACTIVA

“ Conhecer e escrutinar as compras por ajuste directo de toda e qualquer entidade pública passou a estar, desde terça-feira, 13 de Janeiro de 2009, ao alcance de todos os cidadãos. Este passo de gigante na transparência da administração pública não resulta directamente de uma medida do Estado, mas da iniciativa da Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL)”. (In Público – online em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1356275&idCanal=12 )

A primeira coisa que apetece escrever é : Viva o Software Livre.

O Software é uma jovem industria mundial, ainda mal entendida embora todos de uma forma ou de outra utilizemos os seus efeitos através dos telemóveis, das televisões, máquinas de lavar e na parte mais visível para fazer contas, organizar bases de dados de informação, escrever um texto como este etc, etc...

Em boa verdade, o software é já hoje uma entidade ubíqua e universal no dia a dia das instituições, das empresas e ... dos cidadãos. E é sobretudo na componente que aos cidadãos diz respeito que importa veicular a seguinte mensagem :
“Na Sociedade da Informação, saber programar software é tão importante como saber ler ou escrever.”, como aliás se compreende agora melhor através da iniciativa da ANSOL sobre transparência nos contratos públicos.

A iniciativa da ANSOL (Associação Nacional para o Software Livre) demonstra que, na complexidade do mundo actual só uma cidadania activa que domina os princípios básicos da programação de software pode contribuir para a clarificação e transparência dos processos burocrático (e obscuros) das instituições que nos governam.
Desta forma sugerimos :

1 - Criação de uma Plano Nacional para o Software, da mesma forma que existe um Plano Nacional de Leitura ou uma Rede Nacional de Bibliotecas.

2 – Uma análise atenta e participativa de todos os cidadãos em http://transparencia-pt.org , e não devemos somente ler, mas perceber como é que o software, enquanto actividade fundamental e global no séc.XXI, nos pode ajudar a ser cada vez melhores cidadãos e empreendedores. E neste aspecto particular a ANSOL deu um grande exemplo.

A sociedade actual, reclama dos cidadãos uma acção vigilante e actuante sobre todos os recursos, que se bem utilizados, poderiam transformar o país numa entidade qualificada porque respeitadora dos naturais desejos de crescimento com desenvolvimento sustentado que os cidadãos devem assumir cada vez mais como um direito.

Nota : Vamos continuar a escrever sobre “Software e Cidadania”